NORTE/SUL: arte e geografia da américa latina são inspiração para peça de nova coleção da lumini
uma esfera de luz pendente, revestida por uma perfeita meia esfera de metal, cujo conjunto é suavizado por uma bolha de acrílico translúcido. desenvolvida pela arquiteta sol camacho em seu escritório de arquitetura raddar, a nova luminária norte/sul experimenta com as formas esféricas tomando para si a figura do globo terrestre, ao mesmo tempo que observa a diferença na incidência de luz entre hemisférios e valoriza as nuances entre hábitos alimentares ao longo do dia.
a peça integra a nova coleção da lumini, comer, ler e festejar. composta de três peças, cada uma inspirada em um dos verbos propostos, a coleção será apresentada ao público pela primeira vez durante a dw! semana de design de são paulo, entre os dias 11 e 19 de março de 2023.
inspirada pelo verbo comer, a peça norte/sul apresenta como diferencial a regulagem de intensidade, de acordo com o momento do dia e refeição equivalente, valorizando também a luminosidade natural. a seguir, a arquiteta sol camacho detalha a criação da peça.
o conceito da luminária norte/sul é inspirado na gravura américa invertida, do artista uruguaio joaquím torres-garcia. qual é a importância da arte e referências latinas nesta e outras criações da arquiteta?
a obra do jtg é sempre uma belíssima maneira de ilustrar a importância de compreendermos que há várias maneiras de ver o mundo. uma maneira de entender o mundo a partir da américa do sul, evidenciando que ela é única e singular em comparação à perspectiva da américa do norte ou europa.
no caso específico da arquitetura, não é só uma questão cultural ou poética, mas uma questão física e espacial. a orientação solar e de ventos é contrária ao que se encontra no hemisfério norte. nesse sentido, a obra do jtg é uma referência permanente para mim: em todos os desenhos do escritório Raddar, marcamos sempre o sul, e não o norte, como é comum nos desenhos arquitetônicos.
como se deu o processo de escolha dos materiais da luminária?
a visita à fábrica da lumini foi uma experiência muito marcante para a materialização da luminária NORTE/SUL. a lumini é uma escola: a maneira como os artesãos trabalham o metal em conjunto com a tecnologia das impressoras e máquinas emocionou. foi desde esse contato inicial que se pensou em trabalhar com alguma estrutura metálica. o restante dos componentes foram escolhas que permitiram chegar no conceito desejado, que brinca com a luz dos hemisférios.
qual foi o maior desafio ou detalhe inovador no desenvolvimento da peça?
ter uma esfera sem emendas foi, sem dúvida, um dos desafios na concepção da peça. no entanto, superá-lo possibilitou que a peça tivesse duas intensidades diferentes de luz, controladas pelo mecanismo de metal e acrílico em conjunto, sem necessidade de dimmer.
