Luz e arte: a intersecção entre ver e refletir
A luz está presente em todos os momentos da nossa vida. Além de ditar nossa rotina e ciclos biológicos, ela também guia um sentido fundamental em nossa percepção do mundo: a visão. Por meio dela, percebemos cores, texturas, movimentos, dimensões e nos comunicamos com outras pessoas.
Outra possibilidade para a visão, não tão óbvia, é a de reflexão subjetiva. Quando percebemos um objeto luminoso, ele tem o poder de provocar sensações muito únicas: por vezes, aconchego, ou então desconforto, entre milhares de outras possibilidades. A luz, quando explorada no sentido artístico, funciona como escultura viva.
A seguir, conheça três artistas que utilizam a luz como matéria-prima em suas obras.
Drift Studio
O Drift Studio explora o papel da iluminação e do design para reconectar o humano à natureza, reproduzindo intensidade e incidência da iluminação, além de formas orgânicas que remetem ao ambiente natural.
O Studio Drift existe desde 2007 é criação de dois artistas holandeses, Lonneke Gordijn e Ralph Nauta. A dupla, em conjunto a uma equipe multidisciplinar de 64 pessoas, cria esculturas, instalações e performances baseadas no uso da tecnologia para reprodução dos ritmos da natureza.
A proposta do estúdio é trazer questionamentos acerca da relação entre humanos e natureza, explorando principalmente o espaço. O grupo acredita que a arte não deve moldar-se ao espaço, mas o contrário: o espaço deve ser propício à arte, para que eles possam integrar-se e contribuir um para o outro, reproduzindo o equilíbrio do ambiente natural.


Duas das instalações criadas pelo estúdio, que inspiram-se na delicadeza das flores e na fluidez do voo dos pássaros. [Imagens: Reprodução/Instagram]
Instalação Life
Concebida pelo artista islandês-dinamarquês Olafur Eliasson, a instalação Life está exposta desde 2021 na Fundação Beyeler. Com a obra, o artista procurou combinar experiências entre aqueles que participaram da concepção do projeto, os visitantes e também a natureza ao redor.
A casa onde está a instalação não tem portas ou janelas, e permanece aberta para visitação durante dia e noite, sem impeditivos. A luz natural, bem como insetos, plantas, sons externos e até o vento estão livres para passear em meio à obra, tornando-a diferente e única a cada dia.


Fotos da instalação em diferentes momentos do dia e da noite, cujas diferenças moldam a experiência do público. [Imagens: Reprodução/Instagram]
Instalação Dromos
A instalação Dromos surgiu baseada na Dromologia, teoria do filósofo francês Paul Virilio, segundo o qual a tecnologia acelera a percepção que os humanos têm do tempo. Elaborada pelos artistas Maotik e Fraction, também franceses, a obra audiovisual combina luz, forma e som numa experiência deslumbrante e imersiva, durante a qual o espectador se esquece da passagem do tempo.
Durante 40 minutos, a instalação ocorre numa sala de teto elevado, onde são projetadas luzes e formas nas paredes. O público pode acomodar-se em almofadas no chão, de onde observam o pulsar das formas digitais enquanto escutam músicas eletrônicas minimalistas. A partir da experiência, o espectador é convidado a refletir sobre o papel e a influência do mundo digital e do estímulo visual na vida moderna.


Fotos da instalação Dromos [Imagens: Reprodução/Casa Vogue]