Contraste é elemento chave na composição da luminária Gap, de Claudia Moreira Salles
A luminária Gap, nova criação da designer Claudia Moreira Salles para a lumini, explora diferentes materiais e as sensações por eles provocadas quando estão lado a lado. Seja pelos focos de luz diametralmente opostos ou pelo espaço proposital entre dois componentes do pendente, o conjunto impressiona. A composição é inusitada e muito atraente ao olhar, de efeito imediatamente hipnotizante.
O pendente possui duas peças: a primeira é um delicado prato metálico verde, que sustenta três focos de luz difusa direcionadas para cima. A segunda é um pequeno cilindro de concreto, encorpado, que direciona um foco de luz direta para baixo. Entre eles, há um espaço que os destaca, uma hesitação, um intervalo.
A designer de mobiliário e iluminação conta mais sobre o processo de criação da luminária Gap na entrevista a seguir.
Quais foram as ideias e inspirações para a criação da luminária Gap?
A inspiração para a luminária partiu de uma característica de uso. Queria fazer uma luminária pendente que direcionasse luz para baixo e também para o teto.
Como foi o processo de escolha dos materiais da luminária? De que maneira eles dialogam entre si para atingir o efeito desejado?
Misturar materiais é uma característica de meu trabalho. Tenho usado concreto em móveis e objetos, geralmente associados à madeira. Neste caso, aproveitando os recursos de produção da lumini, usei concreto e alumínio com diferentes acabamentos: corten que remete aos tons de madeira, mais quente; e tons de cinza, menos contrastantes com o concreto em termos cromáticos, mas bem diverso como textura.
Por que o nome Gap?
Os dois materiais, alumínio e concreto, definem os componentes da luminária: prato metálico e cilindro. Entre eles existe um espaço, duas partes que visualmente não se tocam. Daí o nome Gap.
Como a produção de luminárias se distingue da concepção de outros móveis? Quais são os diferenciais, exigências e possibilidades da luz?
Tanto no desenho de móveis quanto de luminárias, o ponto de partida é a funcionalidade. Depois vem a escolha de materiais, que também decorre da função. Trabalhar com a luz requer ainda mais cuidado e atenção aos espaços que o objeto vai ocupar. Apagada, uma luminária tem quase a função de uma escultura.
Quais são suas sugestões de ambientes e composições para a luminária Gap?
Penso na Gap sobre mesas de jantar, de trabalho e também em espaços abertos com forros, muitas vezes de madeira , que podem ser realçados quando iluminados.