Neuroiluminação: o lighting design como experiência de bem estar
Toda vez que adentramos um espaço, ele imprime em nós diversas sensações e emoções, como conforto, alegria, energia ou tranquilidade. Essas emoções são resultado do trabalho cuidadoso de arquitetos, engenheiros, decoradores e lighting designers que utilizam da neuroarquitetura para alcançar a plena fruição e funcionalidade do espaço.
Segundo essa linha de estudos, os espaços não devem ser projetados visando apenas aspectos técnicos, ergonômicos ou estéticos, mas buscar o bem estar do usuário em todos os sentidos. Ele pode vir em diversos fatores: desde a adoção de espaços horizontais, que dispensam hierarquias, passando pela acessibilidade e biofilia, e chegando até o planejamento cuidadoso do design de iluminação.

ILUMINAR PARA TRANSFORMAR
Com a iluminação correta, é possível tornar espaços mais convidativos e agradáveis, estimulando a permanência de pessoas e fazendo com que sua estadia seja prazerosa e produtiva. Esse princípio pode ser aplicado com sucesso em hospitais, espaços corporativos, de estudo e também de convivência, como restaurantes e padarias. É o que observa Mônica Lobo, co-fundadora da Kelving Lab, agência de experimentação e estudos em lighting design.
Trazendo um case de sucesso do Empório Jardim Botânico, Mônica explica que a proposta de uma nova solução em lighting design para os balcões do local foi decisiva. Com a nova luz, as vendas de produtos aumentaram em média 30%, enquanto a recorrência de clientes no salão cresceu em 33%. Mais do que números, a experiência aumentou em qualidade e satisfação: “O ambiente está tão bacana que as pessoas não sabem dizer porque exatamente, mas elas estão se sentindo bem”, relata Branca Lee, sócia do Empório Jardim.
OUTRAS APLICAÇÕES DA NEUROILUMINAÇÃO
apesar de ser mais amplamente aplicada em espaços internos, a neuroiluminação também tem papel fundamental na composição de jardins, fachadas e ambientes externos em geral. esses cenários luminosos apresentam mais variáveis, como o curso da luz do sol ao longo do dia, demandando maior atenção e expertise.
“durante o pôr do sol, por exemplo, é essencial pensar em estratégias e dispositivos que não ofusquem o espetáculo do fim da tarde”, explica carlos fortes, lighting designer que acumula mais de 20 anos de experiência nessa arte. “a escolha luminosa deve, ao mesmo tempo, promover o conforto visual e a harmonia estética.”